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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Monólogo de Orfeu


Mulher mais adorada!
Agora que não estás,
deixa que rompa o meu peito em soluços
Te enrustiste em minha vida,
e cada hora que passa
É mais por que te amar
a hora derrama o seu óleo de amor em mim, amada.

E sabes de uma coisa?
Cada vez que o sofrimento vem,
essa vontade de estar perto, se longe
ou estar mais perto se perto
Que é que eu sei?
Este sentir-se fraco,
o peito extravasado
o mel correndo,
essa incapacidade de me sentir mais eu, Orfeu;
Tudo isso que é bem capaz
de confundir o espírito de um homem.

Nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga,
esse contentamento, esse corpo
E me dizes essas coisas
que me dão essa força, esse orgulho de rei.

Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música.
Nunca fujas de mim.
Sem ti, sou nada.
Sou coisa sem razão, jogada, sou pedra rolada.
Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!
A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!

Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura!
Quem poderia pensar que Orfeu,
Orfeu cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres -
que ele, Orfeu,
Ficasse assim rendido aos teus encantos?

Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho
que eu vou te seguindo no pensamento
e aqui me deixo rente quando voltares,
pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo

Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo.




Composição: Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Poema Do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como
uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra.
Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez
menino, a correr e a rolar-se pela erva
A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a
ouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra
fingir-se de Segunda pessoa da Trindade.
Um dia que DEUS estava dormindo e o Espírito Santo
andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres e
roubou três.
Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que
Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou
eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele
criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado
na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro
raio que apanhou.
Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança
bonita, de riso natural.
Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças
d'água, colhe as flores, gosta delas, esquece.
Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares,
e foge a chorar e a gritar dos cães.
Só porque sabe que elas não gostam, e toda gente acha
graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as
bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia.
A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar
para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há
nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas
quando a gente as tem na mão e olha devagar para
elas.
Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo
que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois
com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no
degrau da porta de casa. Graves, como convém a um DEUS
e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo
e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair
no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos
homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri
dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir
falar das guerras e dos comércios.
Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da
minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o
lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo
materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de
noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de pena pro ar,
põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho,
sorrindo para os meus sonhos.
Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais
pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua
casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e
humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu
tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu
brincar.


Composição: Fernando Pessoa

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

I Seminário sobre Tráfico de Pessoas e Relação de Gênero




I Seminário sobre Tráfico de Pessoas e Relação de Gênero

Inscrições abertas

Abertas às inscrições pro I Seminário sobre Tráfico de Pessoas e Relação de Gênero, que será realizado no próximo dia 13 de Novembro de 2010 ás 08:00hs, na Escola Estadual
Padre João Barbosa localizada na comunidade do Morro da Conceição, Recife - PE.

O seminário tem como objetivo promover o debate na perspectiva de uma maior
conciêntização das pessoas sobre a relação de Gênero junto ao Tráfico de Pessoas.
Dentro de sua programação o seminário traz 2 mesas de discussão, uma com o tema
TRÁFICO DE PESSOAS E RELAÇÃO DE GÊNERO: O QUE HÁ EM COMUM ? e outra com a SOCIALIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS NA ÁREA DE GÊNERO E TRÁFICO DE PESSOAS.

O Grupo Quebra Kabeça entende que o seminário é uma atividade de extrema importância
e por isso convidar os interessados a participar junto conosco, para que assim o seminário
Torne-se gancho para juntarmos-nos todos na luta em torno desses eixos temáticos. Sob
enforque da necessidade da construção e implantação de um novo conceito de políticas públicas
relacionada a Gênero e Tráfico de pessoas.

OBS: As fichas devem ser enviadas pra o email
quebrakabeca@gmail.com


Atenciosamente,

Grupo Quebra Kabeça

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SEXTA NA PRAÇA


Venha, participar do evento Sexta Na Praça, que será realizado pelo Grupo Quebra Kabeça dia 29 de Outubro de 2010, na Praça do Morro da Conceição, Recife -PE ás 19:00hs.

A Sexta na Praça tem como objetivo levar Informação de forma criativa e lúdica inspirado na Educação Popular. Abordando temas, que possam aguçar a opinião crítica da comunidade. Na Sexta na Praça de outubro vamos aborda o tema “ Sexta Cultural .
O Grupo Quebra Kabeça busca fortalecer a atuação, desenvolvendo um trabalho de
conscientização através de temáticas e aprestações de grupos culturais, fazendo assim
fortalecer uma história de luta e conquista nas comunidades populares.

Por tanto e com imenso prazer que nos do Grupo Quebra Kabeça contamos com a
participação de vocês no Movimento Cultural Sexta na Praça.

Atenciosamente,

Juliana silva
Grupo Quebra kabeça

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

REPULSA AO SEXO



Repulsa ao sexo
18, de setembro de 2010



Entre os três candidatos à Presidência mais bem colocados nas
pesquisas, não sabemos a verdadeira posição de Dilma e de Serra. Declaram-se contrários para não mexer num vespeiro que pode lhes custar votos. Marina, evangélica, talvez diga a verdade. Sua posição é tão conservadora nesse aspecto quanto em relação às pesquisas com transgênicos ou células-tronco.

Mas o debate sobre a descriminalização do aborto não pode ser pautado pela corrida eleitoral. Algumas considerações desinteressadas são necessárias, ainda que dolorosas. A começar pelo óbvio: não se trata de ser a favor do aborto. Ninguém é. O aborto é sempre a última saída para uma gravidez indesejada. Não é política de controle de natalidade. Não é
curtição de adolescentes irresponsáveis, embora algumas vezes possa resultar disso. É uma escolha dramática para a mulher
que engravida e se vê sem condições, psíquicas ou materiais, de assumir a maternidade. Se nenhuma mulher passa impune por uma decisão dessas, a culpa e a dor que ela sente com certeza são agravadas pela criminalização do procedimento.
O tom acusador dos que se opõem à legalização impede que a sociedade brasileira crie alternativas éticas para que os casais possam ponderar melhor antes, e conviver depois, da decisão de interromper uma gestação indesejada ou impossível de ser levada a termo. Além da perda à qual mulher nenhuma é indiferente, além do luto inevitável, as jovens grávidas que pensam em abortar são levadas a arcar com a pesada acusação de assassinato.
O drama da gravidez indesejada é agravado pela ilegalidade, a maldade dos moralistas e a incompreensão geral. Ora, as razões que as levam a cogitar, ou praticar, um aborto, raramente são levianas. São situações de abandono por parte de um namorado, marido ou amante, que às vezes desaparecem sem nem saber que a moça engravidou. Situações de pobreza e falta de perspectivas para constituir uma família ou aumentar ainda mais a prole já numerosa. O debate envolve políticas de saúde pública para as
classes pobres.
Da classe média para cima, as moças pagam caro para abortar em clínicas particulares, sem que seu drama seja discutido pelo padre e o juiz nas páginas dos jornais. O ponto, então, não é ser a favor do aborto. É ser contra sua
criminalização. Por pressões da CNBB, o ministro Paulo Vannuchi precisou excluir o direito ao aborto do recente Plano Nacional de Direitos Humanos. Mas mesmo entre católicos não há pleno consenso. O orajoso grupo das "Católicas pelo direito de decidir" reflete e discute a sério as questões éticas que o aborto envolve.

O argumento da Igreja é a defesa intransigente da vida humana. Pois bem: ninguém nega que o feto, desde a concepção, seja uma forma de vida. Mas a partir de quantos meses passa a ser considerado uma vida humana? Se não existe um critério científico decisivo, sugiro que examinemos as práticas correntes nas sociedades modernas. Afinal, o conceito de humano mudou muitas vezes ao longo da história. Data de 1537 a bula papal que declarava que os índios do Novo Continente eram humanos, não bestas; o debate, que versava sobre o direito a escravizar-se índios e negros, estendeu-se até
o século 17. A modernidade ampliou enormemente os direitos da vida humana, ao declarar que todos devem ter as mesmas chances e os mesmos direitos de pertencer à comunidade desigual, mas universal, dos homens.

No entanto, as práticas que confirmam o direito a ser reconhecido como humano nunca incluíram o feto. Sua humanidade não tem sido contemplada por nenhum dos rituais simbólicos que identificam a vida biológica à espécie. Vejamos: os fetos perdidos por abortos espontâneos não são batizados. A Igreja não exige isso. Também não são enterrados. Sua curta existência não é imortalizada numa sepultura - modo como quase todas as culturas humanas atestam a
passagem de seus semelhantes pelo reino desse mundo. Os fetos não são incluídos em nenhum dos rituais, religiosos ou leigos, que registram a existência de mais uma vida humana entre os vivos.

A ambiguidade da Igreja que se diz defensora da vida se revela na condenação ao uso da camisinha mesmo diante do risco de contágio pelo HIV, que ainda mata milhões de pessoas no mundo. A África, último continente de maioria católica, paupérrimo (et pour cause...), tem 60% de sua população infectada pelo HIV. O que diz o papa? Que não façam sexo. A favor da vida e contra o sexo - pena de morte para os pecadores contaminados.

Ou talvez esta não seja uma condenação ao sexo: só à recente liberdade sexual das mulheres. Enquanto a dupla moral favoreceu a libertinagem dos bons cavalheiros cristãos, tudo bem. Mas a liberdade sexual das mulheres, pior, das mães - este é o ponto! - é inadmissível. Em mais de um debate público escutei o argumento de conservadores linha-dura, de que a mulher que faz sexo sem planejar filhos tem que aguentar as consequências. Eis a face cruel da criminalização do aborto: trata-se de fazer, do filho, o castigo da mãe pecadora. Cai a máscara que escondia a repulsa ao sexo: não se está brigando em defesa da vida, ou da criança (que, em caso de fetos com malformações graves, não chegarão a viver poucas semanas).
A obrigação de levar a termo a gravidez indesejada não é mais que um modo de castigar a mulher que desnaturalizou o sexo, ao separar seu prazer sexual da missão de procriar.


Maria Rita Kehl - O Estado de S.Paulo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Só de Sacanagem


Só de Sacanagem

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam
entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo
duramente para educar os meninos mais pobres que eu,
para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus
pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e
eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança
vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança
vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o
aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus
brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao
conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e
dos justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva
o lápis do coleguinha",
" Esse apontador não é seu, minha filhinha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido
que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca
tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica
ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao
culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do
meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo
o mundo rouba" e eu vou dizer: Não importa, será esse
o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu
irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a
quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o
escambau.
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde
o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente
quiser, vai dá para mudar o final!


Composição: Elisa Lucinda

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

I Seminário Regional sobre AIDS e Políticas Públicas Infanto - juvenis

I Seminário Regional sobre AIDS e Políticas Públicas Infanto - juvenis

Salvador – Bahia / Agosto - 2010





O I Seminário Regional sobre AIDS e Políticas Públicas Infanto - juvenis foi emocionante com o objetivo de reunir atores de diversos segmentos da sociedade para reflexão e escuta mútua a respeito da construção, implementação e execução das políticas públicas que se dirigem ao público infanto-juvenil no nordeste, e com uma programação super interessante, o seminário veio discutir e dialoga o Estatuto da Criança e do Adolescente – Família, Sociedade e Estado: elos e competências; Política Nacional das Casas de Apoio para a população infanto-juvenil; Direito à Saúde e Políticas Públicas voltadas para a Infância e Juventude vivendo com HIV/Aids. A AIDS é uma doença contagiosa causada por um vírus chamado – Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV. Também chamado vírus da AIDS, ele penetra no corpo humano por vias bem definidas e ataca as células importantes que fazem parte do sistema de defesa do nosso organismo. Enfraquecido o organismo, a pessoa fica sujeita à doenças graves, as chamadas doenças oportunistas que têm esse nome exatamente porque se aproveitam desse enfraquecimento. Mas, nem todas as pessoas infectadas com o vírus desenvolvem a doença. Mesmo assim, podem transmiti-lo para outras. A pessoa portadora do vírus é também conhecida por soropositivo.


Entretanto a prevenção é fundamental para o controle da epidemia da Aids que considera que o uso do preservativo é um meio eficaz de proteção. Entretanto compreende que essa prática de proteção está inserida na complexidade das relações sexuais, das sexualidades dentro de um contexto social, cultural no qual a vivência das diferentes práticas está permeada de valores e percepções distintas de mundo. Portanto,o grade desafio porta-se às questões relacionadas à qualidade de vida dos jovens: emprego, pobreza, violência e os contextos de vulnerabilidade. Assim a Aids e a epidemia do século XXI.




Porém como toda importância do seminário os diálogos feitos ao longo dos três dias, foram de extrema importância, para identificar que a juventude precisa ser ouvida e que tantos os jovens vivendo com HIV/Aids, convivendo com HIV/Aids entre outros lutam pelo avanço de políticas públicas efetivas que possam proporcionar a esses jovens uma vida com dignidade, assim o encontro se fez. Mas pra mim o seminário proporciono momentos emocionante, das quais estarão sempres presentes na minha vida, uma delas foi fazer amigos independente da soropositividade e se sentir protegida, se sentir parte deles em uma troca de amor que não exigir nada em troca, assim foi as amizades feitas é nas amizades se aprende errando que crescer não significa fazer aniversário, que o silencio é a melhor resposta, quando se ouve uma bobagem e quando penso saber tudo, descubro que os verdadeiros amigos sempre ficam e amar não significa se dar por inteiro, pois um só dia pode ser mais importante que muitos anos. Assim existem pessoas nas nossas vidas que nos vazem felizes pela simples casualidade de terem cruzado o nosso caminho, algumas percorrem o caminho a nosso lado, vendo muitas luas passar, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. E o destino apresentamos a outros amigos, os quais não sabiam os que iriam cruzar-se no nosso caminho, muitos deles chamamos-lhes amigos da alma, do coração, são sinceros, são verdadeiros, sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz. Mas o que mim deixa mais feliz, é que continuaremos junto, alimentando a nossa amizade com alegria e recordações de momentos maravilhosos de quando nossos caminhos se cruzaram.

Hoje entendo, porque cada pessoa que passa na nossa vida é única independente de classe, cor, raça, sexo, etnia, soropositividade, opção sexual e etc... estas pessoas sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Porém haverá os que levam muito, mas não haverá os que não nos deixam nada. E esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que as almas não se encontram por casualidade."





Juliana Silva

terça-feira, 15 de junho de 2010

I FESTIVAL DA JUVENTUDE


O I Festival das Juventudes em Fortaleza – América Latina e as lutas juvenis, foi um sucesso, com a participação de quase todos os estados o Nordeste se destaco e se fez presente com grupos feministas, LGBT, campesinos, culturais e outros. O festival teve cerca de 140 atividades, entre oficinas, seminários, debates e shows, o festival proporciono plenárias das mas diversificada discussões de segmentos múltiplos, mas de uma bandeira de lutar em comum chamada JUVENTUDE.

Porém diante de tantas discussões decide foca nos debates LGBTs e juventudes e participação política.


A discussão LGBT se da por respeito e direitos iguais pra Lésbicas, Gays, Bissexuais e transsexuais (LGBT).
Com pouco a comemorar e muito a lutar muitos falam dos setores religiosos fundamentalistas que estão na política e que certamente condenaria o movimento LGBT à fogueira. Assim o Brasil segue sendo recordista mundial de assassinatos a homossexuais.
O movimento LGBT precisa manter independência dos governos de plantão que só se aproxima por oportunismo eleitoral.
Mas se o governo não são aliados, tampouco são os empresários do mercado pink, que transforma as lutas do movimento em carnavais e tenta lucra, o movimento não busca a cidadania de consumo, LGBTs busca dignidade, trabalho e igualdade de direito. Por isso o movimento exige igualdade de direitos de fato e a criminalização da homofobia, mesmo sabendo que uma legislação contra a discriminação não será suficiente para resolver os problemas.
Assim o movimento entende que o único caminho para enfrentar o preconceito e conquistar a igualdade pois no arco-íris tem o vermelho das lutas e do desejo de justiça.


Na discussão de juventude o se olha no espelho busco refletir que a juventude brasileira já foi protagonista de muitas lutas históricas, a partir da década de 60, escrevendo um importante papel na redemocratização do Brasil. Tais como em 1984, na campanha pelas “Diretas-Já”, novamente lá estavam os jovens na rua pedindo eleições diretas para Presidente da República. A participação inesquecível dos “caras-pintadas”, em 1992, foi fundamental no impeachment do então presidente Collor.
No entanto os movimentos culturais da juventude andava de mãos dadas com a política, mostrando através das artes o engajamento político dos jovens. Porém no meu reflexo, olhando pro hoje confesso estar muito preocupada com a falta de motivação e entusiasmo político que se abate sobre a juventude.
Estamos mais pobres culturalmente, também. Enquanto outrora a orientação de um Cazuza “ideologia, eu quero uma pra viver!”, hoje o grito de guerra que chega é: Tô nem aí...!”. E tome alienação!
A indiferença da juventude em relação aos acontecimentos políticos poderá agravar os problemas que já temos, como falta de universidades, de emprego e oportunidade.
Estar na hora de acabamos com o EU ACHO ? E ir alutar a falta de uma escuta ativa e qualificada, por parte do poder público e de outras instituições nos leva a uma organização muito complexa, onde somente através dos movimentos sociais, estudantis e políticos nos jovens conseguimos falar. Por tanto precisamos nos mobiliza pra mudar isso e escolher os nossos representantes com consiência. Assim o festival se fez com agustias e alegrias de uma juventude que busca efetivação de verdadeiras políticas públicas de, com e para juventude e não politicas emegências.



J. Silva

quinta-feira, 10 de junho de 2010

MACHA NACIONAL CONTRA HOMOFOBIA






1ª macha Nacional contra Homofobia

Conograma da Macha
A macha nacional contra homofobia foi muito, mas que festa foi um processo político de muita lutar e principalmente a busca por dia melhores. Com uma programação que começou no  domingo (16), com reuniões e debates. Na segunda-feira (17), foi realizado um seminário na Universidade de Brasília, intitulado "Fora do Armário", onde tivemos no encerramento do seminário cortejo dentro da universidade , na terça-feira (18), no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, onde foi apresentado o projeto da lei contra homofobia, debate com os participantes do seminário . No dia (19) foi realizada A marcha que teve encerramento no Congresso Nacional.
Depoimento
O brasil está começando a avança no quesito homofobi. recentemente, pela primeira vez o nosso país busca uma iniciativa de favorecer o público LGBT, este históricamente marginalizado.
A importância desse evento resulta na implatação de medidas que visam retardar o crescente número de atos violentos contra homossexuais. a prioridade é a implantar a lei PL 122/06 que caracteriza como crime todo e qualquer tentativa hostensiva contra a comunidade gay, nessa magia margia, pessoas do Brasil todo reuniram em direção á capital federal, no intuito de impursionar aprovação dessa lei.Na caminhada um misto de pessoas de todo o país fizeram uma corente para propagar o discurso da diversidade sexual.





O Resultado não poderia ser outro, ou seja,uma grande alegria, respeito e amor , características que marcam a comunidade lgbt.desta forma, para nós foi de extrema importância participar de um evento como este, pois mostra a força que os gays representam para a sociedade.
Não adianta , portanto, ignorar a existência dos gays na nossa sociedade.As pessoas devem entender que a orientação sexual não qualifica niguém como melhor ou pior. Por isso , no momento como esse só ratificam a grandiosidade do amor pregado por um grupo que clama apenas por uma coisa: RESPEITO.


Participantes da Macha : Joel Francisco,Juliana Silva,Adriely Duarte.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Bronca Pesada segue na justiça


Bronca Pesada segue na justiça

No último dia 07 de maio, foi realizada a primeira audiência judicial de conciliação movida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra o programa policial da TV Jornal, “Bronca Pesada”, por violar direitos humanos de crianças e adolescentes.

Em 2006 entidades que integram o Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom), entre elas Sinos, Gajop, Centro de Cultura Luiz Freire, Auçuba e o Movimento Nacional de Direitos Humanos, realizaram audiência pública com representantes da emissora de TV do grupo Jornal do Commercio. Contudo, após recorrentes violações aos direitos humanos na mídia e nenhuma sinalização de mudança no programa apresentado pelo âncora Joslei Cardinot, as entidades entraram com uma representação junto ao Ministério Público Federal e Estadual.

Em 2007 o MPPE impetrou ação civil pública contra o programa. Ao todo, foram observadas 11 denúncias no Bronca Pesada, cuja qualidade de conteúdo e a inadequação do horário ( exibido diariamente às 7h e às 12h25) continuam ainda alvo de discussão. A lista de violações pode ser acessada pelohttp://www.eticanatv.org.br/index.php?sec=2&cat=6&pg=2. A página também traz o conjunto das legislações que o programa ataca.

Legislações

Além de abusar de sensacionalismo, entre as queixas avaliadas após denúncias de telespectadores, estão: o incentivo à violência e uso de termos de baixo calão, a exibição de cenas de corpos sangrentos e pessoas mortas, veiculação de cenas de nudez, violência, palavrões, tratamento preconceituoso, homofobia, entre outras.

De acordo com a jornalista Aline Lucena, da organização não governamental Sinos, o programa fere diversos direitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). E, não pára por aí. O Bronca Pesada é acusado de contrariar legislações internacionais e pactos dos quais o Brasil é signatário. Um deles é o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, de 1966, em sua terceira parte , artigo 17º: “Ninguém será objeto de intervenções arbitrárias ou ilegais na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem de atentados ilegais à sua honra e à sua reputação”.

No estatuo da Criança e do Adolescente, a jornalista pontua o Artigo 18, do capítulo II, que fala Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade : “ É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

“Que cuidado a TV está tendo com as crianças quando vemos constantes violações?”, questiona a representante da Sinos.

Acordo

Segundo Rosa Carvalheira, promotora de Justiça da Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do MPPE, dois programas foram acusados de violação aos Direitos Humanos: o humorístico “Papeiro da Cinderela” e o policial “Bronca Pesada” . Na tentativa de conciliação foi escolhido um deles para que se chegasse a um acordo. Broca Pesada foi priorizado pelo acúmulo e freqüência à violações.

“A proposta do Ministério Público é que a TV Jornal veicule, no lugar do Bronca Pesada, por 20 dias, programas produzidos por entidades da sociedade civil, voltados à promoção dos direitos humanos. A TV também arcaria com os custos dessas produções”, afirma a promotora.

Segundo a representante do MPPE, um pedido de 60 programas e indenização por danos morais coletivos foi feito na petição inicial. Na audiência de tentativa de conciliação, ocorrida na quinta passada, a proposta do Ministério Público foi de veiculação por 20 dias de programa.

De acordo com Carvalheira, a iniciativa funcionaria como contra-propaganda , espécie de ‘direito de resposta’ para reparação pelos danos decorrentes das violações cometidas.

O advogado da TV Jornal, Aurélio Boa Viagem, pediu 15 dias para se manifestar a respeito da proposta. “Se as partes não chegarem a um acordo, a causa deverá seguir na justiça”, diz a representante do Ministério Público.

O Bronca Pesada passou a figurar na quinta posição da mais recente compilação do ‘ranking da baixaria’ na TV, elaborado a cada quatro meses pela Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, a partir de denúncias de telespectadores. O ranking faz parte da Campanha “Quem Financia a baixaria é contra a Cidadania”, realizada desde 2002.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Carta




Recife, 17 de abril de 2010



Hoje por meio desta carta informo minha saída do CCJ, quero coloca que minha saída se dar por vários motivos tanto pessoais quanto profissional.

Tenho claro que o CCJ contribuiu muito pra minha vida, mas acredito te contribuído muito pra o crescimento do mesmo, sei que não faltaram os grandes obstáculos. Freqüentes foram às cercas, ajudando a transpor abismos, as subidas e descidas foram realidade sempre presente.

No CCJ passei alguns dos melhores momentos de minha vida, fiz amigos, muitos dos quais, me acompanharão para sempre. Por isso tenho que comemorar!
Esse é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver por tudo o que já passei. Sem dúvida, muitas tristezas e conflitos, mas, felizmente, por inúmeros bons momentos, de alegria, de vitórias e de cumplicidade. Devo esquecer aqueles que me impuseram obstáculos infundados e agradecer àqueles que me impulsionaram adiante. É hora, mais do que nunca, de valorizar as amizades e os conhecimentos adquiridos aqui.

Chegou o momento de seguir viagem sozinha na busca de novos horizontes. Por tanto que as experiências compartilhadas no percurso até aqui sejam a alavanca para eu alcançar a alegria de chegar ao destino projetado.
Hoje agradeço àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, mim apoiaram nos bons e nos maus momentos.
Mas uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez.



Atenciosamente,



Juliana Silva

terça-feira, 13 de abril de 2010

Um tucano, um lobo, um cordeiro ou um blefe?


Um tucano, um lobo, um cordeiro ou um blefe?


A mídia conservadora bateu bumbo nos últimos dias na tentativa de tornar o lançamento oficial da candidatura de José Serra pela coalizão demotucana um fato político novo no cenário nacional. Notável, sobretudo, o esforço de pintá-lo com as cores de um 'progressismo palatável'; adepto da 'indução estatal sem Estado forte', seja lá o que isso significa. Um verdadeiro bambolê ideológico. Tudo para conciliar a imagem de um candidato oferecido pelo marketing como 'popular' --ancorado na história passada de presidente da UNE-- mas cercado ao mesmo tempo de um núcleo de campanha derivado da cepa mais reacionária da política nativa, do qual constam nomes como os de José Agripino, Paulo Bornhausen, Arthur Virgílio, José Carlos Aleluia entre outros.


O malabarismo é típico de quem quer engrossar o glacê da narrativa para ocultar o azedo do recheio. A verdade é que não importa o que Serra diz que pensa em seu discurso de candidato oficial; não importa o que seus amigos pensam que ele pensa; objetivamente, a candidatura Serra lançada em Brasília neste sábado representa o estuário do que há de pior no conservadorismo brasileiro. Um verdadeiro cavalo-de-tróia pintado com palavras de um difuso 'progressismo' para edulcorar o verdadeiro projeto por trás das rédeas: derrotar o avanço popular obtido a duras penas com o governo Lula nos últimos anos, mas sobretudo agora no segundo mandato; trazer a direita de volta ao comando do Estado brasileiro [de onde nunca saiu, mas perdeu a hegemonia absoluta da era FHC]. E, estrategicamente, impedir que a continuidade desse processo, representada por Dilma Rousseff, possa aprofundar a democracia social no país. Serra reúne os ingredientes para essa investida ainda que não seja o candidato ideal da direita por seu ''desenvolvimentista de boca', como diz Maria da Conceição Tavares.

O alardeado 'progressismo desenvolvimentista', na verdade, resume-se à prática de um fiscalismo autoritário que se harmoniza com a sua outra face, esta sim, muito apreciada pela coalizão que o apoio: o arraigado anti-sindicalismo; a aversão doentia à negociação com os movimentos populares que cobram a democratização efetiva do poder, que passa necessariamente pela maior participação nas decisões sobre onde, como e quando investir os fundos públicos. Por exemplo, quanto investir na remuneração de funcionários públicos que prestam serviços essenciais à população?

O menosprezo serrista a essa lógica ficou mais uma vez evidenciado na recente greve de um mês dos professores da rede pública do Estado de São Paulo. Há cinco anos sem correção salarial, com quase a metade dos contratos de trabalhos em regime precário eles não foram sequer recebidos em audiência para uma negociação trabalhista trivial.

'Lobos em pele de cordeiro', disse-o bem a candidata do PT esta semana sobre a dança dissimulada de discursos e projetos adotada como enredo de campanha pela coalizão demotucana. Um historiador não alinhado ao PT, Luiz Felipe de Alencastro, em entrevista ao jornal Valor Econômico da última sexta-feira, cuidou de dar a essa metáfora sua explicitação sintética ao perguntar e explicar por que, em sua opinião, Serra tem tudo para ser um blefe.

A seguir leia trechos da entrevista do professor da cadeira de História do Brasil na Sorbonne ao Valor de 09-03:

"....Até a oposição compartilha desse otimismo [com o Brasil]. Dentro e fora do país há um consenso favorável sobre a economia brasileira, sobretudo com a entrada da China no mercado mundial, com uma forte demanda por matérias-primas. O lado negativo é que o comércio externo fica parecido com o que era no século XIX. Há um risco nessa divisão internacional do trabalho que vai se criando, em que o Brasil vira exportador de matérias-primas novamente.

"...O que me assusta é a ideia de ter Michel Temer como vice-presidente. Ele é deputado há décadas e foi presidente da Câmara duas vezes. Controla a máquina do PMDB e o Congresso à perfeição. Vai compor chapa com uma candidata que nunca teve mandato e é novata no PT. O presidencialismo pressupõe um vice discreto,

"...o problema dele [do Serra] é esse: com a expectativa em torno de seu nome, ele vai fazer o quê no governo? A própria Fiesp, que mais ela quer, senão seguir com a política de Lula? E os banqueiros, que se entopem de dinheiro? Sem contar os 26 milhões de pessoas que subiram na escala social. Não dá para saber o que Serra vai fazer. Não pode entrar com o discurso de acabar com a corrupção, porque isso não dá muito refresco e depende mais da Justiça, dos tribunais de contas.

"...Os dois mandatos de Lula criaram algo novo. O cientista político André Singer mostra [em artigo para a revista "Novos Estudos"] que Lula foi eleito no primeiro mandato pelos operários sindicalizados e pela classe média. No segundo, perdeu uma parte da classe média e ganhou entre trabalhadores não organizados e subempregados, graças aos programas sociais. Isso resultou num novo populismo. Segundo Singer, esse eleitorado é conservador, não quer mudanças, quer que o governo tome conta dele. Acho essa interpretação um pouco estática, porque pressupõe que a ascensão social desse subproletariado não incomoda ninguém, e que a ameaça de perder o que ganhou não o levará a uma politização ativa.

"... É o que alimenta a agressividade anti-Lula de certos jornais e revistas, que retratam a perplexidade de uma camada social insegura: os pobres estão satisfeitos e os ricaços também, mas a velha classe média não acha graça nenhuma. Ter doméstica com direito trabalhista, pobres e remediados comprando carro e atrapalhando o trânsito, não ter faculdade pública garantida para os filhos matriculados em escola particular. Tudo isso é resultado da mobilidade social, que provoca incompreensão e ressentimento numa parte da classe média. Daí o furor contra o ProUni, as cotas na universidade, o Bolsa Família. Leio a imprensa brasileira pela internet e às vezes fico pasmo com os comentários dos leitores, a agressividade e o preconceito social explícitos. O discurso de gente como o senador Demóstenes Torres no DEM [contra o sistema de cotas raciais nas universidades públicas] indica uma guinada à direita da direita parecida com a dos republicanos nos Estados Unidos. Lá, esse extremismo empolgou o partido inteiro e pode desestabilizar o país. A falta de perspectiva da oposição cria um vácuo para o radicalismo.

"...O problema é que, a princípio, Serra não é o candidato que a direita gostaria de ter. Ele é um democrata com trânsito numa parte da esquerda. Também é meio estatizante, adepto de uma política tarifária protecionista e por aí vai. Não é a mesma direita de Demóstenes Torres, Ronaldo Caiado ou mesmo Geraldo Alckmin...

"...Serra está confrontado a um impasse. Não pode elogiar Fernando Henrique e não pode atacar Lula. Que candidato ele pode ser? Qual é seu terreno? Ele pode ser um blefe nesse sentido. Na campanha, vai ter de prometer continuidade para os programas do PT. Quando Sérgio Guerra disse que o PSDB faria tudo diferente, foi um desastre. Disse que ia mexer no câmbio e nos juros. Falou disparates e levou um cala-boca do partido.



O artigo é de Saul Leblon.
Carta Maior

quarta-feira, 7 de abril de 2010

EU PRECISO DIZER QUE TE AMO




Eu tenho uma espécie de dever,

Dever de sonhar, de sonhar sempre,

Pois sendo, mas do que uma espectadora de mim mesmo,

Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso,

È assim mim construo a ouro e sedas,

Em salas supostas

Invento palco, cenário.

Para viver o meu sonho

Entre luz branda e

Músicas invisíveis.

terça-feira, 9 de março de 2010

1 ano de muita saudade


Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.

Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.

Afinal, o que é o tempo?
Não é nada em relação a nossa grande missão.
E que missão! Fique em Paz!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Toré das Irreverentes (Loucas)


Toré das Irreverentes (Loucas)

José, José prepara o teu café
João, João cozinha o teu feijão
Ô zeca, ô zeca, lava a tua cueca

Ru, Ru, Ru...

Hernesto, Hernesto aprende a fazer sexo.
Zequinha, zequinha só com camisinha
Tião, tião com violência NÂO!

Ru,Ru, Ru...

Simone, Simone bota a boca no trombone
Cristina, Cristina olha tua vagina
Mulher, Mulher seja o que quiser.

Ru, Ru, Ru...

HISTÓRIA DO 8 DE MARÇO


No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

No entanto podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ONDE NOS ESTAMOS





ONDE NOS ESTAMOS



Onde nos estamos? Essa era a pergunta que a dona de casa Sandra Regina fazia a ser entrevistada por um veiluco de comunicação sobre o assassinato do universitário Alcides do nascimento Lins.
No entanto a escuta a entrevista mim perguntei por varias vezes Aonde vamos para? Qual o significado para tal frase “Aonde”; para onde; para qual lugar; a qual lugar, em fim será que há direção, destino, lugar, proporcionalidade, tempo e tudo isso mim provoca a refletir sobre a situação atual de muitos jovens hoje, uma situação de fragilidade e medo de um futuro ao qual e imprevisível.

Como atuar e se comporta de ante do poder público e legislativo e de uma sociedade que estar à messe de uma violência sem controle. Será que culpa da fragilidade política que não nos damos conta.
O que fazer com os espaços de organização da juventude como: secretaria de juventude, conselho de juventude, instituições, projetos, grupos e até mesmo o movimento estudantil e etc.
Como se mobilizar e se organizar para encontra tais mecanismos que nos de força pra juntos amenizar ou “mudar”, se que essa pode ser a palavra usada pra ir de encontro a uma violência tão bruta, que nos pegar de surpresa nos lugares onde acreditamos estar em segurança, porém mim pergunto qual o objetivo do assassino e até chego a pensa que e o de aterrorizar um povo inteiro, mas o único objetivo desse povo é querer existir.

Por tanto quero acredita na mudança e canta como Renato Russo Que pais e esse ou como Cazuza Brasil mostra a sua cara, entre outros que com suas musicas refletem uma mensagem clara de uma necessidade não só da juventude, mas de uma sociedade inteira.
E nessa necessidade surgem novas frases e novamente novas perguntas e, no entanto no meio de tantas frases eu faço a mesma pergunta Aonde vamos para?

Mim pergunto como conter a minha fúria diante de um assassino que interrompe a vida de alguém tão brilhante, e qual será o remédio pra tudo isso PAZ como ausência de guerra, sossego, silêncio e harmonia na verdade acredito não sabe responde nunca se realmente e isso.

Então neste momento “mim do um tempo” pra pensa na vida. Na minha vida.
E penso não vou desistir dos meus sonhos! Pois Alcides do nascimento Lins foi e será o retrato de muitos jovens que como eu lutar pra conquista um futuro promissor e diblar a violência sem tamanho.
Por tanto a partir do próximo amanhecer, vou lutar com mais garra para conquista meus sonhos e para que eles aconteçam, pois ainda não sei responde as perguntas: onde estamos ? E aonde vamos para?
J. Silva

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

II Encontro Livre – Disseminando Cultura e Conhecimento


Estão abertas as inscrições para o II Encontro Livre – Disseminando Cultura e Conhecimento, que será realizado das 15h às 20h dos dias 10, 11 e 12 de março, na Livraria Cultura Paço Alfândega, em Recife/PE. O evento tem como objetivo promover o diálogo entre a Cultura Livre e os demais assuntos que permeiam sua construção (Tecnologia, Software Livre, Meio Ambiente, Propriedade Intelectual, Igualdade de Gênero, Comunicação Livre e Arte) através de edições temáticas. O propósito desta é abordar não só a importância do GNU/Linux e articular seus grupos de usuários, mas também debater o temário da Democratização da Comunicação e sua prática.Seus principais objetivos são:
Estimular o intercâmbio de experiências entre público, Grupos de Usuários e profissionais a fim de difundir a cultura do Software Livre e a sua importância social por meio de exibições de vídeos, palestras e mesas redondas;
Contribuir para o desenvolvimento de tecnologia local com o uso do Software Livre, seja no campo empresarial, junto a administradores públicos ou usuários finais;
Problematizar as relações entre o público consumidor/produtor e as mídias comunicacionais;
Ampliar a discussão acerca da interferência das Novas Tecnologias na produção da informação.
O evento é aberto à toda comunidade. Para participar não é necessário pagar nada, basta fazer a pré-inscrição no site e comparecer!
http://encontrolivre.org/2010/

carta endereçada ao Ministro Nelson Jobim





Sábado, 9 de Janeiro de 2010, 10:29Ao Ministro da Defesa Exmo. Dr. Nelson JobimInvado sua caixa de mensagem pedindo atenção para um tema que trata do futuro, não do passado. O Sr. me conhece pessoalmente e lembra-se de que quando fui Secretário de Cultura de Brasília, no ano de 1996, o Sr. era Ministro da Justiça e instituiu e deu no Festival de Cinema Brasília um prêmio para o filme que melhor abordasse a questão dos Direitos Humanos. Era uma preocupação comum a nossa.Por que me dirijo agora ao senhor? Um punhado de cidadãos -? hoje somos mais de dez mil -? assinamos um manifesto afirmando que os envolvidos em crimes de tortura em nome do Estado Brasileiro devem ser julgados e punidos por seus atos, contrários aos mais elementares sentimentos da nacionalidade. Agimos em nome da intransigente defesa dos direitos humanos. O Sr., Ministro da Defesa, homem comprometido com a ordem democrática, eminente advogado constitucionalista, um dos redatores e subscritores da Constituição de 1988, hoje em ação concertada com os comandantes das forças armadas, condena a iniciativa de punir torturadores pelos crimes que cometeram.Este gesto, na prática, resulta em dar proteção a bandidos que desonraram a farda que vestiam ao torturar, estuprar, roubar, enriquecer ilicitamente sempre agindo em nome das instituições que juraram defender. É incompreensível que o nosso futuro democrático seja posto em risco para acobertar crimes praticados por bandidos o que reforça a sensação de impunidade. Ao contrário do que afirmam os defensores da impunidade dos torturadores. O que está em juízo não é o julgamento das forças armadas, como afirmam os que as querem arrastar para o lodo moral que mergulharam. Agora pretendem proteger sua impunidade, camuflados corporativamente em nome da honra da instituição.Um pouco de história não faz mal a ninguém. Não está em questão que para consumar o golpe de 64, os chefes militares de então tiveram que expurgar das forças armadas milhares de homens entre oficiais, sub-oficiais e praças cujo único crime foi defender o regime constitucional do país. Afastaram da vida política brasileira expressivas lideranças, cassando direitos políticos e mandatos parlamentares ou sindicais. Empurraram milhares de cidadãos, na imensa maioria jovens, para a ação clandestina que desembocou na luta armada.De qualquer maneira os golpistas de 64 protegidos pela lei de anistia não serão anistiados pela história. Fecharam e cercaram o Congresso Nacional. Inventaram a excrescência chamada de Senador Biônico para não perder, pelo voto, o controle do Senado em plena ditadura militar. Os chefes militares podem ficar tranqüilos que seus antecessores não irão para a cadeia pelos crimes que cometeram contra um país, contra uma geração inteira, a minha, que desaprendeu a falar e pensar em liberdade. Nada disso está em juízo. Vinte e cinco anos depois de iniciada a transição democrática, o que está em juízo não é o processo de anistia política.Tranqüilize seus colegas militares, ministro. O regime militar não está sendo julgado pela quebra do sistema público de saúde ou pela quebra do sistema educacional. Estamos pedindo a punição contra criminosos comuns por crimes de lesa humanidade. Queremos o julgamento e condenação da prática de crimes hediondos. Só isso. Assusta a quem? Em nome do quê o Brasil será eternamente refém de bandidos? O que justifica acobertar crimes condenados por todos os códigos, normas e tribunais internacionais em matéria de direitos humanos? O Sr. deve estar se perguntando o porquê do meu empenho nesta causa. Vou lhe contar.Despontei pra a vida adulta baixo a ditadura militar. Em 1964, tinha 14 anos e cresci sob o signo do medo. Sou de uma família de judeus liberais, meu pai advogado e minha mãe médica. Invoco as raízes judaicas porque meus pais eram muito marcados pelo holocausto, pelos crimes nazistas cometidos contra a humanidade. Tínhamos muito medo das soluções autoritárias. Eu queria viver num país livre e tinha sentimentos de profunda repugnância a ditaduras. Meus amigos também eram assim. Participei de passeatas, diretórios estudantis e cineclubes. Queria derrubar a ditadura fazendo filmes. Acreditava que era possível. Em 1969, um companheiro de Cineclubismo seqüestrou um avião para Cuba. Não tive nada a ver com isso. Desconhecia as intenções e a organização do seqüestro. Meu crime foi ser amigo – sim, meu crime foi o de ser amigo de um seqüestrador. Quase fui preso e morreria na tortura sem falar, não por ato de bravura, mas por absoluto desconhecimento de causa. Não pertencia a nenhuma organização revolucionária. Não sabia nada sobre o seqüestro.Escapei dessa situação pela coragem pessoal de minha mãe que driblou os imbecis fardados que foram me prender e consegui fugir de casa nas barbas da turma do Ministério da Aeronáutica que, naquele momento, ao invés de dedicar-se a cumprir sua missão constitucional de proteger nossas fronteiras, prendiam, torturavam e matavam estudantes. Tive também a ajuda do Coronel Aviador Afrânio Aguiar que empenhou-se até a medula para que não fosse preso e massacrado na Aeronáutica. A ele dedico meu filme mais recente "Utopia e Barbárie". Sem ele, dificilmente estaria contando essa história hoje aqui. Outras pessoas também me ajudaram a sair vivo dessa história mas como não tenho autorização para citá-los e estão vivos, guardo nomes e lembranças no coração.Em 1970 fui viver no Chile por livre e espontânea vontade. Saí do Brasil legalmente com passaporte, ainda que tenha ido ao DOPS explicar por que saía do Brasil. Eles sabiam as razões pelas quais saía (como é cantado na música, "Não queria morrer de susto, bala ou vício"). Em Janeiro de 1971,do Chile, mandei uma carta para minha mãe, trazida por uma portadora, senhora de boa cepa, que fora visitar o filho no exílio em um gesto humanitário se ofereceu, ingenuamente, para trazer correspondência para os familiares dos exilados. O gesto lhe custou prisão e "maus tratos" nas dependências da aeronáutica. Na carta pedia a minha mãe que me enviasse livros e minha máquina de escrever. A carta foi entregue em Copacabana por militares do Doi-Codi que arrombaram minha casa, arrombaram móveis a procura de metralhadora (Assim entenderam "máquina de escrever"). Minha mãe foi levada para o quartel da PE na Barão de Mesquita, onde foi humilhada e um dos "patriotas"que a conduziu assumiu de forma permanente a guarda do relógio que entrou com ela na PE e não voltou para casa. Amigos ocultos numa rede de gente decente ajudaram a tirar minha mãe daquela filial verde oliva do inferno.Sim ministro, havia muita gente decente nas forças armadas ou que gravitavam em torno dela e que faziam o que podiam para ajudar pessoas. A maioria, prefere, até hoje, não revelar seus gestos por medo dos que praticando atos dignos dos piores momentos da máfia intimidam e atemorizam pessoas de bem. Pior do que o relógio foi o destino do ex-deputado Rubens Paiva que foi preso no mesmo dia e nunca mais encontrado. Os senhores fazem muita questão mesmo de proteger os canalhas que seqüestraram e assassinaram o ex-deputado pelo crime de ter recebido correspondência pessoal de exilados no Chile? A quem interessa essa “Omertá"? Ministro, para esses crimes não há justificativa e menos O que leva a chefes militares e o Ministro da Defesa a se pronunciarem contra a apuração de crimes? Tortura, estupro, morte, muitas vezes seguido de roubo, são atos políticos passíveis de anistia?Desculpe a franqueza, mas não consigo entender. Em nome do futuro democrático do Brasil , espero que a banda podre, montada no Dragão da Maldade, não saia vitoriosa.Os chefes militares pronunciam-se a favor do pagamento de reparações às vitimas do arbítrio como um ato indenizatório. Pagamento este feito com recursos públicos desviado de finalidades mais nobres para ressarcir prejuízos causados por canalhas que deveriam ter seus bens confiscados e pagarem com recursos próprios os crimes que cometeram. Muitas empresas que se locupletaram durante a ditadura e inclusive financiaram o aparato repressivo poderiam participar dessas indenizações. No meu caso, ministro, posso lhe dizer que não há dinheiro que feche essa conta. Não pedi anistia nem indenização porque acho que não sou merecedor (nunca fui exilado, nunca me apresentei assim). E vivo bem com meu trabalho de cineasta há quarenta anos e professor universitário há 31. Se fosse pago com recursos dos bandidos, aceitaria de bom grado. Recursos públicos não. Cada centavo que aceitasse, me sentiria roubando de uma criança ou de um homem ou uma mulher humildes que precisam mais desse dinheiro numa escola pública, num posto médico, do que eu. Não recrimino quem, por necessidade ou sentimento de justiça, o faça.A reparação que peço é a punição exemplar dos torturadores da minha mãe. O senhor há de concordar que não estou pedindo muito nem nada despropositado. E quando digo que penso no futuro e não no passado é porque a punição exemplar de criminosos desestimulará semelhantes práticas no futuro e terá uma função pedagógica para os que caiam em tentação de uso indevido dos poderes do Estado, que entendam que não vivemos no país da impunidade.Justiça, peço apenas justiça.Bom 2010 para o sr.Atenciosamente,Silvio TendlerP.S. Falamos de tanta coisa mas esquecemos de comentar dois crimes cometidos depois de 1979 que já não estariam cobertos pela lei de anistia: O assassinato de D. Lyda Monteiro da Silva, secretaria do Presidente da OAB, a mutilação do jornalista José Ribamar em 1980 e, em 1981, a bomba que explodiu no Riocentro que causou a morte de um sargento e graves ferimento no Capitão. Imagino que enquanto advogado, o quanto lhe repugna o assassinato da secretária do Presidente da OAB e a mutilação de um jornalista. Tantos anos decorridos, talvez ainda seja possível descobrir "os comunistas" responsáveis pela bomba do Riocentro, como concluiu o vexaminoso IPM instaurado na ocasião.Por falar em comunistas, movimento que condenava a luta armada, o que dizer do assassinato do jornalista Wladimir Herzog, do operário Manoel Fiel Filho e do desaparecimento do dirigente Davi Capistrano? Seus assassinos terão imagem, nome e sobrenome ou continuarão protegidos por este exército das sombras?Silvio Tendler